Posts Tagged ‘Gerhard Berger’

Pancadas (15)

18/09/2012

Grande Prêmio de Portugal, 1992, parte final da corrida. Gerhard Berger da McLaren Honda é perseguido por Ricardo Patrese da Williams Renault.

Ao entrar na reta dos boxes, o italiano do carro azul e amarelo cola na traseira de Berger, buscando aproveitar o vácuo gerado pelo carro da frente. Tudo seria normal, se não houvesse um porém: em dado momento Berger freia, pois entrará nos boxes, e Patrese, embutido na trasei da McLaren não tem tempo de reagir.

O resultado é uma assustadora batida, da qual Patrese saiu andando, mas que poderia ter lhe custado caro.

De Carona (8)

27/07/2012

Neste final de semana a Fórmula 1 desembarca na ensolarada Budapeste. A pista, é descrita por alguns pilotos como um circuito de rua sem os prédios e casas à beira do asfalto, por ser tão ou mais travada que uma traçado urbano.

Neste vídeo, com Gerhard Berger, de McLaren-Honda, em 1991, é possível ver o austríaco no encalço de a Ferrari de Alain Prost, contornando as curtíssimas retas e fechadas curvas húngaras.

Batalhas e Ultrapassagens (3)

08/07/2012

Esta batalha envolveu dois trapalhões muito velozes. De um lado Nigel Mansell, do outro Gerhard Berger. Ferrari e McLaren, respectivamente, que em 1990 disputavam ponto a ponto, volta a volta, a supremacia. Os dois eram coadjuvantes em seus times, onde as estrelas Alain Prost e Ayrton Senna protagonizavam a briga no campeonato de pilotos.

Quando a Fórmula 1 chegou ao México, em meados daquele ano, a Ferrari esboçava uma reação na temporada, com um carro refinadíssimo, pilotado por Prost no melhor de sua forma. A McLaren, com um chassi menos inspirado, valia-se da potência do motor Honda V-10, que nas longas retas do circuito mexicano equilibrava o jogo.

Senna liderou boa parte da corrida, mas cedeu a ponta para Prost e o segundo posto para Mansell, vítima de um pneu que perdia pressão. O brasileiro tentou levar na manha até o final, não parando para a troca do pneu defeituoso. Não deu certo, e o pneu se desfez.

Com Senna fora do páreo, o caminho da vitória ficou livre para Prost. Mais atrás Mansell via Gerhard Berger crescer em seus retrovisores e os dois protagonizaram uma forte batalha nas voltas finais da corrida.

Berger colou em Mansell, e no final da longa jogou-se por dentro, roubando o segundo posto do inglês e sua Ferrari. Mas Nigel não desistiu, e seguiu na cola da McLaren, andando colado em sua caixa de câmbio, quando então, na penúltima volta, por fora, na Peraltada, então a curva mais veloz do mundo, a 270km/h o carro vermelho ultrapassa um incrédulo Berger por fora.

Uma manobra veloz, arrojada e de muita coragem.

Pancadas (8)

06/07/2012

Michael Andretti já havia dominado a Fórmula Indy. Em 1993, atendendo à pressão da Phillip Morris, dona da Marlboro, a McLaren cedeu à pressão, e deu ao norte-americano, filho do lendário Mario Andretti, uma vaga. Seu companheiro de equipe foi ninguém menos que Ayrton Senna.

O massacre foi cruel, e Andretti foi dispensado no meio da temporada.

Dizem alguns que os Andretti subestimaram o nível de exigência física e técnica da Fórmula 1, chegando a afirmar que não era Michael quem deveria se preocupar com Senna, mas o inverso.

Os resultados foram pífios.

Em sua segunda corrida, em Interlagos, Andretti envolveu-se num brutal acidente com Gerhard Berger, logo na largada do Grande Prêmio do Brasil.

Pancadas (4)

30/05/2012

Grande Prêmio de San Marino, a pequena República encravada no coração da Italia. Quando o pelotão dirige-se a mais de 300km/h ao final da reta dos boxes e mergulha para o contorno da famosa, veloz e temida curva Tamburelo, um carro estranhamente passa reto, segundo como uma bala em direção ao impávido muro de concreto. O choque é violento, o mundo prende a respiração. E agora? Familiar este enredo, não? Pois é. Mas não, eu não estou falando do acidente Dele.

Em 1989, era o final de semana do meu aniversário, me lembro bem, e nas primeiras voltas da corrida Gerhard Berger pilotava uma Ferrari, perseguia os ponteiros da corrida (Senna e Prost), e sem maiores explicações passou vazado pela tangência da curva Tamburelo, colidindo violentamente com o muro. Em segundos o carro pega fogo, e as pessoas começam a temer pela vida do popular e veloz piloto austríaco.

Miraculosamente Berger escapa, tem apenas queimaduras nas mãos, e segue longa carrera no automobilismo, aposentando-se em 1997.

Mas foi uma pancada…

Causos (4)

27/03/2012

O milagre operado por Gerhard Berger.

Arnoux e Berger - Adelaide 1988

O ano era 1988. A McLaren, pilotada por Ayrton Senna e Alain Prost havia vencido 14 das 15 corridas já disputadas e o circo dirigiu-se a Adelaide, Austrália, para a etapa de encerramento do campeonato. A Ferrari amargava uma temporada bastante apagada, só tendo vencido o Grande Prêmio de Monza, nos dias seguintes à morte do comendador Enzo, quando todos suspeitam que a FIA fez vista grossa e deixou os italianos andarem fora do regulamento, como forma de permitir que vencessem em casa e homenageassem il cappo. Berger e seu time vermelho queriam terminar o ano em alta.

O título fora decidido dramaticamente em Suzuka, na prova anterior. O domínio dos carros vermelho e branco nas cores da Marlboro era um massacre só igualado pela Red Bull em 2011 e antes disso pela Ferrari em 2004 com Schumacher. Senna e Prost formaram a primeira fila nos treinos, e o time de Maranello sofreu com problemas de acerto no final de semana todo.

Berger sabia que seu motor consumia exageradamente. Para ter alguma chance de terminar a prova teria de andar num limite de rotações muito baixo, economizando combustível para poder cruzar a linha de chegada. Mas isso faria o ritmo do carro insuficiente para disputar a vitória. A intenção era dar show.

O austríaco e seus engenheiros então resolveram que a alternativa era partir para uma tática suicida, protagonizar um espetáculo, e recolher para os pits quando a gasolina acabasse.

E foi o que fizeram. Na largada (veja o vídeo), Berger partiu como um raio no encalço de Senna, e em poucas voltas fez a ultrapassagem. Em seguida rapidamente a diferença para Prost, o primeiro, foi pulverizada. Tão logo a Ferrari de Gerhard supera o francês, para surpresa de todos desaparece na frente.

Ninguém podia entender nada. Aquele carro durante o ano todo levara uma inapelável surra das McLaren, e sem maiores explicações agora ultrapassava com autoridade o poderoso MP4/4, aquela jóia da velocidade, sumindo sem deixar rastro.

Liderando com folga, as voltas foram passando e a gasolina começou a acabar. Berger passou a quebrar a cabeçana busca de uma maneira de terminar com classe aquela exibição de gala. O destino então deu-lhe uma brilhante chance: ao aproximar-se de dois retardatários o então líder Berger viu a Ligier azul de René Arnoux na sua frente.

Qualquer apreciador minimamente iniciado em Fórmula 1 sabe que o francês Arnoux foi um dos maiores trapalhões da história do automobilismo. Seu histórico de desastres ao volante, o hábito de não olhar pelos retrovisores e ser um retardatário perigoso de ser ultrapassado tornaram-no célebre, muito mais do que sua velocidade.

Na hora de colocar uma volta em gaulês, Berger forçou um pouco a barra, colocou-se em condição de ser atingido, tomando uma fechada proposital da Ligier de René, que foi excomungado como estava acostumado em toda as corridas onde causou incidentes.

Anos depois, Berger contou em seu livro que encontrar Arnoux na pista foi providencial para dar fim à exibição:

“Cheguei a dois carros retardatários; o que estava mais à frente era o Ligier azul de René Arnoux. Era perfeito, pois Arnoux era um dos pilotos mais inoportunos, do tipo que nunca olhava nos retrovisores e estava sempre no caminho de alguém. Assim, passei pelo primeiro carro e por Arnoux também, em uma só manobra um tanto ambiciosa em que o pneu traseiro do Ligier entrou em minha frente, uma pequena batida, acabou, finito.”